terça-feira, 2 de outubro de 2012

A BUROCRACIA E O FRACASSO

Em um processo e contexto de criação, produção e elaboração de ideias e ações, o aspecto burocrático e organizacional, pode e deve existir como um norte a ser seguido, como uma sequência de atitudes que ao serem respeitadas, proporcionarão uma maior e melhor efetividade na conquista dos resultados almejados.
Contudo, nunca devemos nos esquecer que os aspectos organizacionais e burocráticos, não obstante sua referida importância, constituem parte de um processo mais amplo e complexo, onde os interesses dos sujeitos envolvidos neste processo, assim como os benefícios que serão gerados à estes sujeitos por meio das ações e propostas pré programadas, são, em última análise, o fim à que se almeja alcançar.
Dessa forma, quando a burocracia passa a ser utilizada e cobrada de maneira desmedida, atravancando um projeto, em situações onde a sua parcial inobservância sequer gerará qualquer prejuízo ao processo de produção das ações pré determinadas, inclusive aos interesses e aos benefícios que se pretendem proporcionar aos sujeitos aos quais se destinam e se objetivam tais ações, têm-se aí, sem sombra de dúvida, um processo de auto-sabotagem estabelecido, uma ação equivocada e prejudicial, na medida em que valoriza mais os meios do que os fins.
Sem dúvida nenhuma, a busca por uma excelência nas ações desenvolvidas deve ser uma preocupação constante para todos. Neste contexto, tentar observar, e sobretudo realizar os procedimentos organizacionais e burocráticos previstos em situações que se pretende trabalhar, revelam-se como ponto fundamental para que se alcance a tão almejada excelência. 
Porém, a equivocada inobservância parcial de alguns aspectos burocráticos não devem de imediato servirem como motivo para sua condenação total, e consequentemente o seu cancelamento, sob pena de incorrermos em uma ação extremamente danosa para qualquer instituição que se pretende ser vitoriosa e valorosa; exponho aqui o risco de se colecionar fracassos.
O fracasso não só faz parte do processo evolutivo humano e social, como é fundamental para produzir desafios, estímulos e superação. Contudo, transformar exigências burocráticas em uma cadeia produtora de fracassos, é no mínimo flertar com a incompetência, àquela mais perigosa, a que é determinada por uma questão de desmotivação e descomprometimento total, àquela que se vê subjugada pelo fracasso.
Devemos nos despir de vaidades, posturas e atitudes infantis e autoritárias! Deixemos que a burocracia cumpra sua função, unicamente. E se por alguma razão ela não puder ser respeitada à risca, antes de desistirmos em avançar com nossos projetos, perguntemo-nos, todos, se não é mais valioso ao ser humano prosseguir rumo ao objetivo honesto e produtivo, mesmo incorrendo em possíveis erros, do que desistir de suas ações, acovardando-se, e produzindo conscientemente uma  sensação de fracasso passivo, o fracasso dos que não tentaram, em última análise, o fracasso dos incompetentes! 

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