quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

IRRESPONSABILIDADE SOCIAL SUBMERSA

Aqui as águas já baixaram. 

Certamente temos que cobrar mais empenho do governo em tentar solucionar estes problemas, contudo um fato não pode ser mudado - moramos em uma ilha, e quando chove muito, como ontem, não tem como proporcionar a vazão da água já que a própria maré do mar enche e acaba devolvendo a água para os canais e por consequência, para a cidade. 

Claro que uma coleta de lixo e entulhos mais eficaz, obras de escoamento e a consciência da população em não jogar lixo e objetos na rua e canais favorecem a prevenção, contudo acredito que só conseguiremos reverter este problema quando o mundo tomar consciência de que o clima está mudando radicalmente, com invernos rigorosos, porém mais curtos, verões extremamente quentes e chuvas cada vez mais intensas. 

Não tenho dúvidas que estes fatores são reflexos de nossa conduta irresponsável com relação ao meio ambiente. Se não nos sensibilizarmos rapidamente, teremos que viver arcando com as consequências muitas vezes trágicas destes desequilíbrios climáticos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

UMA IMAGEM, UMA FACA DE DOIS GUMES!

Tenho visto com certa frequência a postagem de uma imagem em uma rede social (Facebook), onde supostamente um professor dedica-se ao ensinamento de seus alunos em um local com chão de terra batida, um tronco de árvore caído que serve como assento aos alunos e uma "meia" parede - a única que ainda conserva-se em pé - usada como lousa onde a "educação" procura se fazer acontecer.

O cenário sugerido é o de extrema pobreza, não só pela estrutura quase inexistente do ambiente escolar, sobretudo pelas vestimentas sujas e deterioradas das crianças, e o aspecto sofrido que nos remete à carência alimentar, de saúde, e de todos os aspectos relevantes e necessários para que um ser humano possa viver com dignidade.

Em meio à esse cenário aparece em destaque a figura do professor, "imune" à todas as mazelas sociais e educacionais, exercendo seu "sacerdócio" entusiasticamente, com fôlego e determinação sobre-humanos, como um legítimo super-herói ou santo, desprovido de todo tipo de consciência política, cívil e profissional, a colocar seu coração e amor à profissão acima de tudo, com o intuito de promover prodígios, verdadeiros milagres.

Sem dúvida a imagem é linda, poética! Da mesma forma não nos restam dúvidas que devemos admirar este "soldado" da educação, contudo a mesma imagem que encanta também deturpa, pelo menos a nível do subconsciente, o sentido, a forma e a prática docente.

Não, nós professores não somos super-heróis. Amamos sim o que fazemos, porém não trabalhamos só por amor. Trabalhamos para sermos gratificados, e bem gratificados. Somos professores e não "quebra-galhos". Necessitamos de material pedagógico, estrutura escolar, capacitações e qualificação constantes para promovermos uma educação decente e de qualidade para nossos alunos.

Estamos invertendo os valores. Uma imagem como essa aliada à ignorância da população com relação ao estado real da educação levam à análises equivocadas e promovem oposição social aos movimentos da classe docente em prol de melhores salários, condições de trabalho e qualificação.

Sr. Médico, por que não atende seus pacientes em campo aberto? Deite-os no chão de terra batida e realize seus procedimentos cirúrgicos com facas e pinças de sobrancelhas.

Caro Padeiro, produza seus pães sem trigo, fermento ou água. Asse-os no chão por amor à sua profissão.

Ilustríssimos governantes, abram mão de seus gabinetes com ar condicionado, de seus carros de luxo e seus salários exorbitantes. Trabalhem nas ruas, façam uso do transporte público e recebam a mesma remuneração de um professor, tudo em nome do amor que têm pelo cargo que possuem.

Basta! Deixemos de viver em um mundo de fantasias. Vamos expandir nosso intelecto, abandonar a ignorância.

É mais do que óbvio que o exercício profissional deve ser realizado com base no amor, pois toda experiência humana deve valer-se deste sentimento para ser digna e efetiva. 

Entretanto, remuneração digna, valorização profissional e estrutura adequada não são privilégios que devem ser ofertados à uns poucos profissionais e profissões, e sim requisitos básicos que devem obrigatoriamente estar a serviço de todos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

FELICIDADE TODOS OS DIAS!!!

Chega uma época na vida em que despertamos e passamos a viver em busca de um sentido maior.

É um viver que vai além de se trabalhar à espera da chegada do final de semana e suas entregas extremas e "justificáveis"!

Trata-se de um viver mais amplo, profundo e, por isso, mais complexo. Onde a felicidade e o prazer não aguardam a cronologia semanal para se manifestarem, assim como a responsabilidade também.

É um viver de corpo e alma cotidiano, no presente, o avesso dos efêmeros agendamentos de felicidade em dias específicos.

Em suma, é viver a felicidade todos os dias!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ENTENDI DIREITO?

Deixe-me ver se entendi direito! Em 2007, o Sr. Renan Calheiros, então Presidente do Senado, foi obrigado a renunciar à seu cargo em meio a sérias acusações de corrupção, tráfico de influência e apresentação de notas falsas para comprovação de renda.
Seis anos se passaram e somos obrigados a engolir a volta de um político corrupto, sustentada por votos da grande maioria dos senadores. E mais, enfia-se goela a baixo dos cidadãos brasileiros um discurso irônico, desrespeitoso e arrogante que cito em seguida, e que foi proferido pelo digníssimo corrupto que retorna ao "lar": 

"Como antes, agora exercerei a presidência do Senado com isenção, diálogo, equilíbrio, transparência e respeito aos partidos e aos senadores". Só aqueles que têm a humildade de assimilar as críticas, que são permeáveis às depurações e admitem corrigir erros mantêm sua respeitabilidade. Aceitar críticas é um gesto de humildade e desejo de interagir com a sociedade. Assim teremos um legislativo forte"**

O que é preciso fazer para termos respeito por parte dos políticos? A mim parece muito claro que atitudes como essa são tomadas com muita tranquilidade e com a certeza de que nosso país se caracteriza por possuir um povo passivo e ignorante.

Não estou criticando o espírito pacífico da população. Ser pacífico é ser do bem, não querer e nem fazer o mal à ninguém. O que exponho aqui é a questão da passividade, ou seja, a apatia no exercício de nossa cidadania, e é por isso que a classe política nem se preocupa com as repercussões que seus atos possam ter no âmbito social.

A maior prova do desrespeito, do desprezo e super confiança que estes políticos possuem em relação a ignorância e aceitação pública, está nesta eleição do "distinto" Senador que o recoloca no cargo ao qual teve que renunciar no passado, sendo que este pleito ocorre meses após o encerramento do maior processo  de combate à corrupção realizado pelo STF em solo brasileiro.

Aqueles que como eu - após o julgamento do mensalão - se sentiram estimulados e esperançosos em relação à quebra de paradigmas, e mudanças de posturas corruptíveis há muito arraigadas em nosso cenário político, são agora surpreendidos por uma "Cachoeira" de água fria, o que sinaliza para um futuro nem tão promissor como sonhávamos.

O que é preciso fazer para que essa "doença" se extinga definitivamente? Será preciso ir as ruas? Será necessária uma revolução? Ou será que ficaremos sentados no sofá, na expectativa de olharmos pela janela e visualizarmos um faixo de luz, conclamando "Super-heróis midiáticos do STJ", para que estes possam nos defender? 

**fonte: uol notícias - 01/02/2013