quinta-feira, 21 de março de 2013

AO TRABALHO!

Seis horas da manhã! Toca o despertador, abro os olhos, realizo a primeira de algumas orações que farei no dia!

Cadenciadamente levanto-me e dirijo-me à cozinha. No balcão alcanço o remédio que é o grande responsável por me aliviar os sintomas de uma hérnia de hiato e uma esofagite - tomo-o em jejum.

De lá para o banheiro. Tempo contado e necessário para escovar os dentes e tomar um banho enquanto repasso mentalmente as atividades do dia.

De volta à cozinha, preparo o cereal matinal que além de me nutrir, também estimulará a função intestinal - um problema para quem terá que dar doze aulas seguidas com um pequeno intervalo de quarenta minutos na hora do almoço. Nesse momento, penso que poderia diminuir minha carga horária de trabalho afim de ter mais tempo livre para tomar um lanche, almoçar, ou simplesmente ir ao banheiro sem pressa.

Por falar em pressa, interrompo o pensamento, engulo o cereal, sinto uma pequena queimação no estômago - acho que ainda não deu tempo para que o remédio faça efeito.

Pego minha mochila que está em cima do sofá e que foi preparada na noite anterior - camiseta, short, cueca, meias, tudo limpo. Sabonete, shampoo, desodorante e perfume. Todos itens que na maioria das vezes retornam para casa intactos, sem serem utilizados, e eu, sem banho tomado! E ao colocar a mochila nas costas penso novamente: "preciso diminuir minha carga horária de trabalho para que eu possa pelo menos tomar um banho durante o dia, principalmente em dias tão quentes como os que andam ocorrendo.

Desço pelo elevador, entro e ligo o carro. Enquanto esquenta o motor tomo contato pelo rádio com as primeiras notícias do dia. 

Ao trabalho! E no caminho, como tem ocorrido nas últimas semanas, o trânsito é intenso e vagaroso, decorrente da falta de infraestrutura básica e incompetência de nosso país em lhe dar com a logística de escoamento, transporte e exportação de uma safra record de grãos.

Na iminência do atraso inevitável a ansiedade se faz presente, a adrenalina que já está sendo produzida liga-se à seus receptores intestinais e estomacais. O resultado é esperado - mais queimação, mais necessidade de um banheiro durante o dia, que dificilmente já seria sanada em dias "normais" de trabalho, muito menos em dias que se iniciam com atraso.

Nesse instante devo estar na terceira oração do dia. Peço disposição para o trabalho, controle da ansiedade e para que o stress diminua. 

Parado no trânsito decido ensaiar um exercício respiratório. Inspirações cadenciadas e profundas, e expirações prolongadas. Busco o equilíbrio, a paz de espírito e óbvio, a diminuição da ação adrenérgica e de seus efeitos.

Neste momento escuto no rádio a notícia de que os deputados aprovaram o aumento da verba de gabinete, que existe uma diminuição contínua do número de professores em nosso país, e que a inflação poderá voltar a incomodar muito por conta da ineficiência fiscal e dos gastos exorbitantes da máquina pública além do déficit de investimentos em diversos setores vitais de nossa economia e infraestrutura.

Interrompo o exercício respiratório ou o raciocínio, já não sei mais. A ansiedade aumenta, o trânsito move-se por dez metros. A adrenalina sobe novamente e seus efeitos se potencializam. Nesse instante, já nem me preocupo com o atraso que já é certo mas sim, se chegarei a tempo ao banheiro.

sábado, 16 de março de 2013

A IGNORÂNCIA RELIGIOSA, O PRECONCEITO E A INTOLERÂNCIA!


Queridos amigos, inicio meu dia de hoje pedindo a licença e o favor para que todos possam dedicar alguns minutos de sua atenção e leitura ao que irei escrever em seguida.

Este pequeno texto tem por objetivo aludir uma questão que a mim muito preocupa: a postagem e disseminação de trecho de textos, expropriados de seu contexto real onde foi produzido, isolado em pequena parte, e por isso deturpado em relação à sua fonte inicial.

Antes de propagar informações, faz-se necessário o exame criterioso e minucioso da fonte de sua origem, de sua veracidade e real sentido, para isso submetendo-as ao rigor científico de avaliação. 

A respeito do trecho postado sobre a doutrina espírita (onde supostamente Allan Kardec diz, após sua morte e por intermédio de um médium, ter se arrependido da codificação da Doutrina), que conheço bem e em nada fere os princípios do evangelho nem tão pouco dos ensinamentos de Jesus, devemos nos acautelarmos com relação à veracidade da mesma e seu contexto, uma vez que ao se "PINÇAR" uma única frase inserida em um texto, normalmente o que se faz é deturpar seu real significado. 

Ademais, reconhecer que as palavras ali escritas são de fato originadas de Allan Kardec, nada mais é do que reconhecer e identificar-se com a doutrina espírita uma vez que segundo o autor da obra, essa comunicação foi feita pelo espírito do codificador da doutrina, logo após sua morte, através do concurso de um médium, sob o instrumento da psicografia. 

Dessa forma, aceitar como verídico ou provável tal texto : 

1- não deturpa nem denigre a imagem da doutrina, já que ela foi codificado por um ser humano (passível de todos os erros e vícios que todos nós também somos, assim como eram os apóstolos de Jesus); 

2- demonstra que foi inspirada nos ensinamentos dos espíritos superiores, que puderam sofrer interferência em suas comunicações por utilizar um canal humano como fonte de propagação das mensagens; 

3- entende e reconhece que existe vida após morte; que o espírito continua sua jornada após a morte do corpo, inclusive conservando sua identidade e individualidade (da vida pregressa) se assim o quiser e for útil; que é possível estabelecer contato com o mundo dos encarnados inclusive a ponto de interferir neste mundo; 

4- por fim, que a velha noção de céu (para os eleitos) e inferno (para os pecadores) cai por terra, uma vez que a comunicação pós morte efetuada por Kardec (segundo o texto) em momento algum dá mostras de que ele está desfrutando do paraíso por ter codificado uma doutrina que elevava os ensinamentos do Cristo, ou queimando eternamente no inferno por ter errado em suas ações.

Desta forma queridos amigos, recomendo um esforço maior no combate ao preconceito que só é motivado pela IGNORÂNCIA em seu sentido mais claro - falta geral de conhecimento, de saber, de instrução; estado de quem ignora - e quando manifestada em alto grau, pode dar concurso e motivar a intolerância, a maledicência e a violência.

Assim, recomendo o estudo aprofundado, criterioso, sob o cunho científico não só da íntegra dos textos onde postagens como essas são retiradas, mas sobretudo da doutrina espírita. 

Se houver a disposição em nos debruçarmos sobre a doutrina, dedicando nossa sinceridade de conduta e caráter corretos, o tempo necessário e a honesta intenção em se avaliar suas mensagens, e ainda assim, encontrarmos subsídios e elementos reais e comprovados de que suas mensagens e alicerces ferem os ensinamentos de nosso Cristo Jesus, ainda assim haveremos de considerar que a postagem e disseminação de mensagens preconceituosas e intolerantes ferem tanto quanto, ou mais, os princípios pregados pelo nosso Mestre Maior, Jesus Cristo.

Que a paz, a tolerância, a caridade e acima de tudo, o AMOR, possam dominar as relações humanas, e que as fronteiras das diversas religiões se desfaçam dando lugar ao culto da ética, da moral, da solidariedade, da caridade e do AMOR  entre todos as pessoas deste mundo, pois certamente esta é a vontade de nosso PAI MAIOR.

terça-feira, 12 de março de 2013

O SUOR ESCORRE PELAS COSTAS

O mundo possui suporte energético para combater este calor insuportável?

Oriento meu questionamento partindo do pressuposto de nem considerar discussões acerca da sustentabilidade, ecologia e meio ambiente. Não que eu não entenda estes aspectos como sendo importantes - na verdade são vitais - mas baseio-me nas centenas de notícias que eclodem das diversas mídias em tempos de reuniões do G8,G20, etc., onde o que mais frequentemente acontece é a recusa por parte dos considerados países desenvolvidos em comprometer-se com a assinatura de tratados e o desenvolvimento de ações que visem a diminuição da emissão de poluentes responsáveis pela destruição da camada de ozônio, pelo aumento da temperatura global, o degelo das calotas polares, entre outros desastres.

Neste contexto, o cuidado e o combate ao aquecimento global e suas consequências graves acontecem cada vez mais de forma individual, local e imediatista.

Sejamos francos. Quem de nós ficará parado, sentindo o suor escorrer pelas costas à espera de uma conscientização mundial, de que devemos cuidar mais e melhor de nosso planeta antes que ele vire cinzas?

Não, todos sairemos - não mais buscando o luxo - por necessidade vital, às compras! Ventiladores, aparelhos de ar condicionado, refrigeradores, freezers. Me arrisco a dizer que com o calor que anda fazendo ultimamente, certamente deve ter havido um aumento exponencial na venda de forminhas de gelo.

Brincadeiras (que não tem tanta graça em dias tão quentes) à parte, desta maneira vamos todos, cada um de seu jeito e dentro de suas posses, lutando e tentando resolver o problema local e imediato do calor, sem termos a consciência de que desta forma também estaremos contribuindo para o agravamento de um problema sistêmico.

Para arcar com este "boom" de demanda energética o mundo compromete-se ainda mais com a demasiada emissão de poluentes e risco de contaminação por radioatividade, já que a maioria dos países não possuem fontes limpas e seguras de energia.

Penso e acredito, sem dúvida, que para uma humanidade que há muito tempo já é capaz de viajar ao espaço e de desenvolver uma ciência médica nanotecnológica, não seja em hipótese alguma difícil criar tecnologias que potencializem a produção e o reaproveitamento energético, por meio de fontes mais seguras, limpas, simples e acessíveis, com diminuição do impacto ambiental.

Contudo, seguramente o maior desafio seria contrariar os interesses econômicos daqueles que lucram fortunas por meio dos modelos atuais de produção energética.

Enquanto o lucro for o único e maior objetivo em detrimento do bem estar da população e da preservação de nosso planeta, continuaremos correndo atrás de promoções de ventiladores e aparelhos de ar condicionado, na tentativa de sanar nossos problemas individuais, contudo contribuindo para agravar um problema sistêmico, que é de todos nós.