quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"....e enfim, concluindo,...."

"......se ainda hoje conservas tua ignorância, é por vossa opção e responsabilidade, pois há muito o acesso à educação e ao conhecimento não mais lhe é negado, ao passo que a informação, a ti se apresenta cotidianamente, de forma abundante."

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O ÓCIO E O ÓDIO


Odeio! Odeio com todas minhas forças a falta do ócio! Não aquele, sedutor, tentador, qual a bela sereia à conquistar ingênuos marinheiros e à arrastá-los para o escuro das águas da ignorância e improdutividade. 

Odeio a falta do ócio que hoje me acachapa violentamente! Não aquele, fantasiosamente alegre, cantarolante, representado na fábula da cigarra e da formiga, que graças ao bom coração de seu criador, em última análise e conclusivamente, acabou por salvar a cigarra, que fazia do ócio seu cotidiano, diferente do que acontece na vida real, onde primaveras, verões e outonos de ócios constantes repercutem quase que naturalmente? em invernos de abandonos e discriminações sociais.

Porém, sofro de um ódio espontâneo, pela falta de um ócio efetivo, capaz de alimentar de energia, criatividade e ideais meu cérebro que insiste em me interrogar: Quando será o momento em que me permitirá lançar em enxurradas todas as inspirações das quais sou origem e instrumento?

Odeio ter que interromper pensamentos, insights, ideias, luzes, trevas, todo tipo de inspiração, por estar PRESO em rotinas cotidianas, que se por um lado, possuem seu QUÊ de importância, por outro, sufoca e reprime um um novo SER que luta por desenvolver-se!

Odeio esta parcela do SER humano, possuir dúvidas, fraquezas, gessos sociais, que estagnam, imobilizam e atrasam.

Odeio o ÓCIO! Ou será que odeio a quem o ÓCIO possui? Talvez sinta uma inveja daqueles que são agraciados com o Ócio inspirador! Talvez deva espelhar-me naqueles que romperam paradigmas na busca da conquista de seus sonhos!

Ódio, dúvidas, reflexões! Sentimentos intensos! Bons para inspirar produções! 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

                                                     ESPORTE - SALVADOR!?

Há quem pense e diga que o esporte possui a capacidade quase mágica, o poder inato de desenvolver os seres humanos, a ponto de incutir-lhes não só noções, sobretudo, posturas de disciplina, respeito às regras, aos companheiros e aos oponentes.

Projetos são elaborados e aplicados, tendo como retaguarda o financiamento adequado?, devidamente estimulado e divulgado pela mídia, sendo todas essas, ações que acabam por gerar uma sensação de que em país com dificuldades econômicas e desvalorização educacional e social, o esporte torna-se instrumento capaz de transformar a vida de todo aquele que o pratica.

Desta forma, e equivocadamente, selecionam-se crianças em escolas, aquelas cujo rendimento pedagógico e disciplinar estão abaixo do considerado satisfatório, e as inserem em projetos deste caráter.

Delegam ao esporte, como dito anteriormente, um poder transformador e milagroso, não importando, tão pouco, sequer o contexto em que estas crianças se desenvolvem.

Questões como a carência de estrutura social e econômica básicas, a moradia muitas vezes em regiões onde é constante o contato com a violência, a falta de estrutura básica de saúde e saneamento, não são levados em consideração, como se pouco ou nada influenciassem no desenvolvimento e formação global de um ser humano.

Da mesma maneira, a desestruturação familiar à qual estas crianças são expostas, muitas vezes nem tendo contato com seus pais, relegando sua educação à tios, avós ou mesmo estranhos, sequer é considerada como aspecto fundamental na determinação da formação destes jovens.

Vivenciamos atualmente a inexistência da referência familiar máxima, no caso de Pais e Mães, quer pela ausência dos mesmos, ou por serem estes, em muitos casos, os responsáveis pela deturpação do sentido do afeto, disciplina e respeito -como resultado de um abandono à responsabilidade de educar os filhos - ou pior, como fruto da violência e abusos impretados pelos mesmos à quem em última análise caberia a proteção.

Desta forma, parece óbvio e claro como a água que o problema que se apresenta é por demais complexo, envolvendo aspectos sociais, econômicos e até mesmo psicológicos, o que por si só, já necessitariam de uma abordagem especializada na busca pelo seu entendimento e solução.

O Estado, enquanto responsável maior pelas questões de educação, saúde e segurança de seus cidadãos, deveria esforçar-se por compreender essas nuances e investir em ações efetivas capazes de solucionarem os problemas referidos.

Porém, quase que infantilmente?, o governo se propõe a agir de maneira simplista, relegando às escolas e em última análise ao esporte, a responsabilidade e função de solucionar uma questão, que como dito anteriormente, se faz muito complexa.

Com isso, a estrutura escolar e seu segmento esportivo têm que arcar com atribuições que não lhe cabem e nem lhe competem, desempenhando em muitos casos, de maneira superficial e ineficaz, a função de atendimento social, psicológico e de segurança pública.

Atualmente a escola e o esporte escolar, vem lidando com a herença do descaso e inaptidão do governo em gerenciar estas questões, haja vista que a postura das crianças apresentadas nos referidos projetos esportivos são as mesmas apresentadas no cotidiano escolar, em última análise, idênticas as observadas em seu cotidiano de vida, em inclusive em casa.

Noções do que é certo ou errado, disciplina, respeito aos amigos, ao oponente e às regras, são valores que devem ser ensinados na infância da criança. A responsabilidade maior no desempenho dessa função cabe à família, não só pelo diálogo, sobretudo pelo exemplo.

Quando assim acontece, a criança passa a encontrar eco destes valores na escola e no esporte, que servirão como apoio e complemento na determinação e formação de valores e posturas adequadas ao desenvolvimento de um cidadão de bem.

Em contrapartida, quando a família se exime de tal responsabilidade, e o Estado passa a assumir através de seu discurso e por meio de projetos e ações tal função, incorre-se em erro gravíssimo, com repercussão séria no desenvolvimento de nossas crianças, que em última análise, serão o futuro de nosso país.

Deixemos de lado a ingênua ideia de que problemas sociais, econômicos e políticos, podem ser solucionados com uma partida de futebol, ou em jogos de vôlei.

Vamos dar a devida atenção à estes aspectos que muito têm interferido na formação de nossas crianças e na determinação de um mundo melhor.


Alessandro Morelli.

domingo, 16 de setembro de 2012

FAÇAMOS UM BRINDE

Uma mistura de perfumes presente se faz! Cada qual a seu ritmo, em horário próprio, achega-se e toma seu lugar. Mesa simples, das de bar, das de madeira, das que tem cadeiras de madeira também. Mais rápido, em acelerada intenção põe-se os copos à mão, imediatamente repletos, transbordados de cevada e malte. Tão rápido se faz a cena que os mais simplistas incorrem no equívoco de blasfemar: Que sede é essa que apressas essa gente!? Porém, para matar a sede, que realmente não é pouca, tempo se terá e de sobra! Urge aqui a necessidade de erguer-se as mãos ao ar, com copos que representam intenções, as melhores e mais afetivas de cada um que ali se encontra, a serem ofertadas a cada um, e a todos, transformando um simples e tradicional brinde, em um ritual de luz e energia, onde o melhor de cada um é oferecido, pois ninguém ali se encontra para falar de lamentações e tristezas, mas sim, exclusivamente, para celebrar a vida e a imensa alegria de poder desfrutar de momentos tão bons na presença de amigos tão especiais.
Façamos um brinde aos nossos amigos! Façamos um brinde à vida! Saúde!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A REPETIÇÃO DE PROBLEMAS

Não se trata de almejar uma utópica e inatingível vida que se apresente sem um único sequer problema a desequilibrar a homeostase cotidiana, se é que os cotidianos em algum momento à tenha.

Todavia, ter com a realidade não significa, como que por dever, aceitar passivamente e em condições de quase inanição, a repetição extenuante e desmotivadora de fatos e ações que há muito já foram definidos, conceituados e determinados como PROBLEMAS, que por não serem prontamente solucionados, quer por falta de compromisso, profissionalismo, ou mesmo por que com eles já seguimos acostumados, acabamos por nos submeter à uma vitimização perpétua e voluntária que revela-se, em última análise, subterfúgio inconsciente?, instrumento eficaz para a omissão de nossa falta de atitude, responsabilidade e ética profissional.

Paradigmas existem para serem quebrados, sobretudo os que nada mais fazem do que interferir na evolução natural dos seres humanos!!!



Alessandro Morelli.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A incrível luta pelo comando!

Estou perplexo! Já havia presenciado o fato e experimentado estas sensações durante a produção de meu primeiro livro, contudo, ainda assim sinto-me surpreso.

Passei o dia todo a rodear o computador! Postei uma breve reflexão neste blog, verifiquei as vendas do livro, a conta do Face, emails, notícias...

Finalmente abri o arquivo do novo livro que estou escrevendo com a promessa de apenas revisá-lo. Logo veio o jogo da seleção, e deixei-o de lado.

Parecia sentir não querer produzir hoje! Senti na verdade não ser capaz de acrescentar uma única linha à história que já se vai adiantada, porém inconcluída.

Terminado o jogo, o jornal, o tempo com a esposa que já se deitou, pois cedo acordou e amanhã cedo despertará, não pude resistir, nem tão pouco fugir.

Maximizei o arquivo minimizado, agigantou-se diante de meus olhos o texto inacabado, e quase que automaticamente pus-me à escrever, palavras, frases, parágrafos e capítulos, que de tão fluentes se fizeram, que me questiono quem estava a comandar? Minhas ideias e pensamentos, ou terá a própria história criado vida, a ponto dela própria se escrever por si só!

Luta pelo comando, e neste exato momento, tenho eu a vitória, não derradeira, nem tão pouco definitiva, porém necessária! As pálpebras já pesam sobre os olhos, os dedos e as teclas já não apresentam a mesma precisão e harmonia de antes, porém a mente não para...último conflito! Último conflito! Está decidido! Dormirei.

Repousa o corpo, para amanhã suportar a mente e sua incansável vontade de escrever!!!
Salve lá ó povo maltratado, no qual sou parte e a parte escrevo! Quis Deus ou o diabo que tamanho sofrimento se abatesse sobre as cabeças terrenas! Visão pessimista de quem apenas não consegue enxergar o copo meio cheio, a beleza do mar e o canto dos pássaros? Ou é a realidade que grita e salta aos olhos, oprimindo e sufocando a alegria e o prazer? Qual seja a verdade, a esperança solução se faz. Pois sem fé padece o homem, sem crer é no inferno estar! Concentra-se no bem e o bem se fará, se não para todos, ao menos à ti. E se todos a si o bem se fizer, coletivamente estaremos construindo o bem geral, pois a toda caminhada inicia-se um primeiro passo, porquanto toda felicidade coletiva dependerá da contribuição individual para ser alcançada.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Diálogo

Aquele que inicia o diálogo, momentos antes sendo aluno, interpela o outro que em instantes prévios estava professor: 

- "Foi você quem fez o livro?"

Pergunta feita assim, direta, dita, despida! Aliás, despidos estavam ambos, anteriormente aluno e professor, que por agora eram iguais, senão em sua totalidade, ao menos em posições, respeito e prosa.

Responde o outro: 

- "Sim, fui eu quem o escreveu"! 

O mais atento captaria o quase imperceptível traço de orgulho na face do professor.

Mesma expressão insiste naquele - antes aluno, porém agora apenas companheiro de conversa - e por mais uma vez se põe a interrogar: 

- "E é bom o livro?"

Um misto de incredulidade e humor toma o outro.

- "Acredito que sim".

Franze o cenho o professor! Cenho de professor, que não deveria ali se apresentar, afinal não estava por hora a ser ele o professor, assim como o aluno, naquele momento não o era também.

E este, que por hora aluno não era, apenas o lado contrário, pois contrário estava no diálogo, como que não acreditando, ou como se ainda dúvida tivesse, requer maior informação que possa assegurar a qualidade da produção:

- "Já vendeu muitos livros?"

Pergunta feita desta vez com expressão mudada, como que para demonstrar a sabedoria de sua matemática linear, exata e conclusiva, afinal crê que a qualidade de uma produção é medida pela quantidade de exemplares vendidos! E assim não o é? Pensa o aluno. Tem dúvidas - convenientemente - o professor!

- "Alguns poucos exemplares!"

Sem identificar-se se por afinidade ou piedade, ou até por uma dose de sarcasmo, arremata o inquisidor, sorriso discreto a cantear a boca:

- "Alguns poucos já é um bom começo".

Em xeque, lembra-se o inquerido que pela igualdade de posições, postas ao lado carapaças de professor e aluno, és livre para contra-golpear, pois se iguais estão, à ambos lhe são lícitas e ilícitas todas as coisas nas mesmas medidas.

- "Por acaso já comprou e leu o livro?"

Desaparece o meio sorriso, e o aluno que não o é agora põe-se à reflexão. E antes mesmo que o outro complemente, já ele completa:

- "Alguns poucos leitores não conseguem definir a qualidade de um livro!".

Satisfaz-se ele, satisfaz-se bem mais o outro, toca o sinal de troca de aula, vestem-se as carapaças, um a de professor, outro a de aluno. De um lado se vai a pensar o aluno:

"Devo comprar o livro e tirar minhas próprias conclusões".

De outro, o professor caminha lentamente com a certeza de que deverá vender mais livros.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

22h12

22h12 no relógio do "Note"! Dezesseis horas se passaram desde que saí pela manhã para trabalhar. Destas, treze foram de trabalho efetivo, e uma, das todas as horas, foi dedicada ao almoço, cafezinhos corridos, um gole de água. Ao todo, quatorze aulas!

Retorno para casa cansado, porém decidido à escrever. Um blog é para isso! Este blog é exatamente para isso. 

Fadigado sento-me ao sofá, na cabeça encontram-se agendadas algumas sequências de ações nas quais  deverei ainda me dedicar antes mesmo de escrever: extrato bancário, leitura de emails, controle de vendas do livro. 

Mas são tantas as dificuldades que hoje se apresentaram - "queda de sinal da net", "do servidor", "entre em contato com o gerente do banco", "erro ao tentar acessar seus dados" - que quando finalmente chego aqui, me foram os últimos resquícios de fosfatos queimados, e minha mente cansada já não consegue combater a entrega do corpo e assim submeto-me a derrota das palavras e das frases, que não serão muitas nesta noite, apenas o suficiente para expressar a queda do corpo, e por assim também a da mente. Sinto-me traindo! Traindo meus propósitos e aqueles que buscam neste simples blog algumas poucas palavras que possam interessar ou quem sabe - com a pretensão que as vezes me acomete - inspirar-se. Porém, se já é certo que hoje não farei jus ao almejado, ponho-me agora em retirada, pois se consigo um rápido adormecer, mais tempo terei para recuperar-me.

Recuperar-me para mais quatorze aulas amanhã e para a esperança de poder, também amanhã, por volta das 22h12, estar disposto e cumprir meu propósito de escrever!!!

Boa noite à todos!!!