Ao nos colocarmos em silêncio porém despertos, somos convidados por nossa consciência ao estabelecimento de importante diálogo.
Sentar-se à mesa, deitar-se ao sofá ou à rede em companhia de nossa consciência, é tarefa das mais complexas, desafiadoras e proveitosas que se pode vivenciar, desde que esta relação se estabeleça com o máximo de sinceridade e coragem possíveis.
Havemos de nos esforçarmos sobremaneira para garantir que tais virtudes prevaleçam durante o colóquio, inclusive dedicando à estes aspectos atenção permanente, pois seguramente, ao sermos conclamados por nossa consciência - portadora dos conceitos e anseios da alma e herdeira da Consciência Divina Universal - inevitavelmente, também tomará partido nesta conversa uma dimensão muito complexa e individualista de nosso ser - o Ego.
O ego é o grande responsável por nossa individualidade, instinto de proteção, impulso criativo e de conquista. É vital para a nossa sobrevivência, essencial para nossa evolução, contudo, sua ação é limitada pela matéria.
A despeito de sua utilidade, é incapaz de transcender a matéria - seu verdadeiro campo de atuação - e por isso revela-se ao mesmo tempo como algoz, e vitima de sua condição. O ego exacerbado produz expoentes em diversos setores sociais e profissionais com a mesma força, vitalidade e rapidez com que ignora, sobrepõe-se e "atropela" tudo ou todos que se lhe opõe.
Por este motivo ele nos mantém em constante ação, ocupando-nos com tarefas e pensamentos que nos dão a nítida sensação de que os dias estão cada vez mais curtos e nossas tarefas, cada vez maiores.
O ego sabe, instintivamente, que basta um único segundo dado à nossa consciência, para que ela nos convide à reflexão e análise de fatos e atos que seguramente o contra-posicionará à Consciência Divina Universal, aos valores da alma, em última análise, a ação da Psique.
Pode-se deduzir daí, que o maior receio do ego é o confronto com a psique. Conflituar estes dois titãs de nosso ser representa contrapor-se imperfeição e a herança da perfeição, indivíduo e o todo, e em muitas ocasiões, o bem e o mal.
Devemos nos encorajar à buscar o silêncio que eleva. O silêncio que desperta a consciência e nos convida ao diálogo sincero e direto.
Devemos exercer o combate ao ego exacerbado e à todas as suas manifestações negativas que nos mantém presos à matéria e nos boicota a evolução.
Necessitamos expandir nossa psique, ampliando nossa consciência acerca das "coisas" da alma.
Convido-os ao silêncio!
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