terça-feira, 18 de dezembro de 2012

QUE A CHUVA CAIA!

Sinto um, dois, três, mais e mais pingos de chuva a tocar meus ombros, cabeça, face e peito. Num impulso retiro um dos pés do chão! Primeiro movimento, reflexo, automático, de quem pretende no segundo seguinte disparar em fuga! Porém, graças a intuição, ao sopro divino de inspiração, torno a pousar o pé no solo. Aquele mesmo, que à um segundo atrás punha-se a elevar-se e a iniciar a debandada!
Quanta felicidade por ter ficado! Nos momentos que se seguem, os pingos que antes eram dez, onze, doze, agora tornaram-se incontáveis, tamanha a quantidade de vezes em que me atingem e a velocidade em que percorrem o céu, como se tivessem pressa em me banhar! Cheiro de terra molhada invade meu olfato, meu espírito! Ativa a memória e traz a criança que mora em mim, aquela do interior, de pés descalços, sem camisa e barcos de palito a competir nas enxurradas das chuvas. Gripe, leptospirose, nunca vi! Cheguei até a acreditar que não existiam, pelo menos nas enxurradas de Assis! Ou se existiam, tinham pena de adoentar crianças tão "crianças", cuja a única preocupação era a de obedecer os pais e se divertir.
Caia chuva! Venha sem rodeios! Deita em meu corpo seus pingos de alegria! Banha minha memória com as lembranças mais bonitas! Leva com sua força minhas imperfeições e renova minhas forças para o dia de amanhã!
E pensar que quando começou a pouco a precipitares do céu, eu quase fugi de ti!

Um comentário:

  1. Adorei...pois adoro chuva e gosto de ler tudo que se relaciona com ela, me arrisquei numa poesia: Pingos de Chuva, está no site..rsrs...especialmente gostei da relação que fez entre ela levar e limpar tudo de ruim e trazer o melhor....é isso ai, chuva é tudo de bom...Paaarabéns !

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