quinta-feira, 15 de novembro de 2012

UTOPIA E INGENUIDADE DE UM EDUCADOR!

Tenho refletido há algum tempo sobre as questões urgentes que evolvem a Educação Escolar Pública nos dias atuais! A falta de estrutura patrimonial em geral, baixa remuneração de professores, desmotivação profissional dos sujeitos envolvidos no processo educacional, são alguns dos pontos que me preocupam e geram apreensão.
Contudo, certamente, a desvalorização educacional pela sociedade, e a falta de significação da escola para os alunos que nela se encontram (entende-se aqui por significação, a relação que o aluno é capaz de fazer entre a escola e seu cotidiano de vida atual e futuro, preferencialmente no mercado de trabalho e em suas relações interpessoais), revelam-se, para este Educador que vos escreve, o problema central deste sistema complexo, o tumor que a anos vem minando as forças daqueles que ainda acreditam e sonham com uma Escola de qualidade, que trabalhe de maneira efetiva, e que seja capaz de mediar a apropriação por parte dos educandos, de conhecimentos e ferramentas que sejam decisivos na determinação de um futuro promissor, em última análise, de um mundo melhor.
Em suma, creio que nos dias atuais, já não basta apenas investir em estrutura física, tecnologias, e nos salários dos profissionais da Educação. Não que tais investimentos não sejam necessários, muito pelo contrário, são urgentes, entretanto, mesmo que estes fossem realizados de forma imediata, ainda sim seguiríamos nossos dias colecionando frustrações e desânimo.
Nós, Educadores, descobriríamos que a equiparação e aumento salarial imediatos não serviriam para sanar nossos maiores e mais atuais problemas: as já citadas FALTA DE VALORIZAÇÃO EDUCACIONAL E FALTA DE SIGNIFICAÇÃO DA ESCOLA para a sociedade.
Para que a escola e a educação possam cumprir seu papel social, faz-se urgente a elaboração e adoção de planos, estratégias e ações que busquem transformá-las em laboratórios ativos de preparação para a vida que segue em seu curso futuro, de um futuro quase presente, que se apresenta tão velozmente que as vezes confunde-se com o passado - admitindo que atualmente, em algumas áreas, o ontem já é, efetivamente, parte do passado.
Para isso não basta apenas remunerar os profissionais, e sim, promover capacitações e atualizações constantes! Construir novas identidades, estratégias, métodos, que tornarão as aulas mais dinâmicas e os conteúdos mais interessantes e apropriados para o cotidiano de vida que se apresenta.
Neste contexto sim, a remuneração justa e adequada se faz necessária, pois irá permitir que o profissional não tenha que trabalhar em três períodos para sobreviver, sacrificando o tempo precioso que deveria ser empregado em cursos, atualizações, capacitações, planejamento de aulas e ações, etc.
Por um outro lado, tão ou mais importante, é a necessidade da adoção de uma postura aguda, que represente uma VONTADE POLÍTICA incisiva de se VALORIZAR A ESCOLA E A EDUCAÇÃO! É preciso conscientizar a população com relação a importância e a necessidade de se obter conhecimentos, cultura e ferramentas que possam de forma efetiva promover uma transformação social e a melhora das condições de vida. 
E estas ações deveriam sempre partir do GOVERNO, para quem a ignorância, a falta de educação e dos valores éticos e morais deveriam ser alvo constante de combate e erradicação.

Sei que estas frases, sobretudo as últimas, parecem revelar certa utopia ou ingenuidade deste que vos escreve! Sou EDUCADOR, e como tal, se ainda não fosse provido de certo ideal utópico e de certa pincelada de ingenuidade profissional, certamente haveria de ter abandonado a profissão tamanha a desilusão que a realidade nua e crua nos oferece!

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