A dor parecia arrebentar-lhe o peito, o coração, a alma!
De repente foi surpreendida pelo já mais que anunciado fim do relacionamento.
Quantas vezes vivera este momento em ensaios rotineiros, onde de início sofria como agora, e com o tempo encontrara até mesmo formas e expressões mais dramáticas à serem representadas, verdadeiro laboratório paradoxal que lhe trazia prazer na encenação daquilo que mais temia.
O ser humano é estranho!
Mas agora, em espetáculo vivo de dor, angústia e desconsolo, sentia na carne e na alma, o quão duro era viver este drama!
Desconhecia o poder da rejeição imposto à seu ego e todas as sensações e sentimentos que disto surgiam.
Desejava morrer, matar, rir de ódio, chorar de amor!
Correr em meio a todo mundo em direção do nada, onde ninguém se encontra, se possível onde não se encontra nem a si mesmo!
Que sofrimento experienciar este momento! Tão diferente do que imaginava e se propusera a simular tantas vezes!
Não passará! Nunca passará! Será que passará?
Só o tempo dirá!
E dirá que nada permanece.
Dirá que tudo se renova e que o novo acontece!
Perceberá com os dias que a vida se refaz para atuações reais e cotidianas. Aquelas que calejam o corpo e burilam a alma.
Reservará energia para quando ela se apresentar inevitável.
Neste dia se certificará que a felicidade mora dentro de si e que ninguém, por melhor que seja, pode ser instituído da responsabilidade de nos fazer felizes.
Novos ares, novas atitudes, novas provas e novas experiências!
Sim, a vida seguirá seu curso.
O tempo terá remediado a ferida e renovado as energias!
No espelho notará que a velha carne declinou, e que a despeito de algumas rugas ganhas a mais, brilha no olhar uma nova e mais intensa luz!
Isso é a vida!
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