sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ENTENDI DIREITO?

Deixe-me ver se entendi direito! Em 2007, o Sr. Renan Calheiros, então Presidente do Senado, foi obrigado a renunciar à seu cargo em meio a sérias acusações de corrupção, tráfico de influência e apresentação de notas falsas para comprovação de renda.
Seis anos se passaram e somos obrigados a engolir a volta de um político corrupto, sustentada por votos da grande maioria dos senadores. E mais, enfia-se goela a baixo dos cidadãos brasileiros um discurso irônico, desrespeitoso e arrogante que cito em seguida, e que foi proferido pelo digníssimo corrupto que retorna ao "lar": 

"Como antes, agora exercerei a presidência do Senado com isenção, diálogo, equilíbrio, transparência e respeito aos partidos e aos senadores". Só aqueles que têm a humildade de assimilar as críticas, que são permeáveis às depurações e admitem corrigir erros mantêm sua respeitabilidade. Aceitar críticas é um gesto de humildade e desejo de interagir com a sociedade. Assim teremos um legislativo forte"**

O que é preciso fazer para termos respeito por parte dos políticos? A mim parece muito claro que atitudes como essa são tomadas com muita tranquilidade e com a certeza de que nosso país se caracteriza por possuir um povo passivo e ignorante.

Não estou criticando o espírito pacífico da população. Ser pacífico é ser do bem, não querer e nem fazer o mal à ninguém. O que exponho aqui é a questão da passividade, ou seja, a apatia no exercício de nossa cidadania, e é por isso que a classe política nem se preocupa com as repercussões que seus atos possam ter no âmbito social.

A maior prova do desrespeito, do desprezo e super confiança que estes políticos possuem em relação a ignorância e aceitação pública, está nesta eleição do "distinto" Senador que o recoloca no cargo ao qual teve que renunciar no passado, sendo que este pleito ocorre meses após o encerramento do maior processo  de combate à corrupção realizado pelo STF em solo brasileiro.

Aqueles que como eu - após o julgamento do mensalão - se sentiram estimulados e esperançosos em relação à quebra de paradigmas, e mudanças de posturas corruptíveis há muito arraigadas em nosso cenário político, são agora surpreendidos por uma "Cachoeira" de água fria, o que sinaliza para um futuro nem tão promissor como sonhávamos.

O que é preciso fazer para que essa "doença" se extinga definitivamente? Será preciso ir as ruas? Será necessária uma revolução? Ou será que ficaremos sentados no sofá, na expectativa de olharmos pela janela e visualizarmos um faixo de luz, conclamando "Super-heróis midiáticos do STJ", para que estes possam nos defender? 

**fonte: uol notícias - 01/02/2013

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